Quando eu era miúda, a tradição aconselhava-nos a levantarmo-nos cedo para
fazermos a recepção ao mês de Maio...
Hoje, anos passados, recordo-me dos passeios pelos campos que efectuávamos
em alegre convívio e camaradagem, nesse dia 1º de Maio!
E, para ilustrar esta lembrança, vou oferecer-vos um poema de Cesário Verde,
de que gosto muito e que vem muito a propósito.
De tarde
Naquele «pic-nic» de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão de ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas.
1 comentário:
Adoro Cesário Verde, Fátima.
Boas recordações tem desse tempo. Que giro!! ;-))
É tão engraçado ouvir estas histórias das nossas recordações. Eu gosto muito! ;-))
Bjs Fátima!! E para todos os colegas também!
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