terça-feira, 6 de julho de 2010

Adeus MATILDE ROSA ARAÚJO...

Soube hoje que mais uma figura das nosas Letras acabou de partir...
E veio-me à memória este episódio, que partilho agora convosco: em 1974, chegada de Moçambique, onde acompanhei o meu marido no cumprimento do seu Serviço Militar, e com o meu filho de apenas ano e meio lá nascido, resolvi ir apresentá-lo a uma antiga professora minha, excelente professora de Português, Francês e Latim, pela qual eu nutria uma enorme amizade, que, aliás, era recíproca - a Drª Maria Xavier!
Recordam-se aqueles que, tal como eu, frequentaram a Escola Rafael Bordalo Pinheiro e que rondam a minha idade, que se tratava de uma docente sobejamente respeitada e conceituada!
Pois, nessa visita que fiz a sua casa, a fim de lhe dar a conhecer o meu rebento,
conheci pessoalmente a Drª MATILDE ROSA ARAÚJO, que me deixou a ideia de ser uma pessoa muito simples e simpática.
Esta tinha sido igualmente professora nesta cidade, uns anos antes, e creio, não o possso assegurar, que a grande ligação que ambas mantinham entre si provinha precisamente dessa época.
Frequentemente, nas aulas, a Drª Maria Xavier nos deliciava com poemas desta ilustre escritora, cuja obra se dirigiu essencialmente aos mais pequenos.
Que descanse em Paz!
E, em jeito de homenagem, leiamos estas Loas a chuva e ao vento....

Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue... Pingue... Pingue...
Vu... Vu...Vu...
Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue... Pingue... Pingue...
Vu... Vu...Vu...
Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,
Mas cai de mansinho.
Pingue... Pingue...
Vu... Vu…
Muito de mansinho
Em meu coração
Já não tenho lenha
Nem tenho carvão...
Pingue... Pingue...
Vu... Vu…
Que canto tão frio,
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto do Inverno...
Pingue...
Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento
O canto do Inverno...
Vu...
E os pássaros cantam
E as nuvens levantam.
(

1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade, é assim a vida. Não há volta a dar.
Fica a homenagem sentida de quem dará pela sua ausência. Apenas física, porque a obra, riquíssima, ficará!!
Obrigada Fátima!
Beijinho.