quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A POESIA DE EUGÉNIO DE ANDRADE

AS PALAVRAS


São como cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?



1 comentário:

Maria Monteiro disse...

Obrigada Isabel por colocar aqui Eugénio de Andrade! Eu já ando há algum tempo para o fazer mas ainda não tinha calhado. É um dos meus poetas preferidos!!!!!!! Obrigada e um beijinho!!!!!