Lágrima de preta
Encontrei uma preta que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima para a analisar.
Recolhi a lágrima com todo o cuidado
num tubo de ensaio bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,do outro e de frente:
tinha um ar de gota muito transparente.
Mandei vir os ácidos,as bases e os sais,
as drogas usadas em casos que tais.
Ensaiei a frio,experimentei ao lume,
de todas as vezes deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo) e cloreto de sódio.
António Gedeão
1 comentário:
Que lindo!! Adoro António Gedeão!! Ou o professor de Ciências Naturais, Rómulo de Carvalho, como era conhecido.
Isto é uma forma de ligar a Ciência à Arte! Coisa que eu adoro fazer!!!
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