quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Um bom 2009 para todos!!!
Suave, suave, para se estar com atenção ao Ano Novo que aí está!
Um bom 2009 para todos!!!
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Frank Sinatra & Bing Crosby - We Wish You the Merriest
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Receita de ano novo
Receita de ano novo
de Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
domingo, 28 de dezembro de 2008
FELIZ ANO 2009
sábado, 27 de dezembro de 2008
Luis Represas - Entre mim e eu
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
A POESIA DE MIGUEL TORGA
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
"Natal" de Fernando Pessoa
Natal
O sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.
Fernando Pessoa
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Atenção: dúvidas no blogue.
Aqui no blogue só podem colocar imagens, texto ou filmes mas tudo em separado, dentro da mesma mensagem.
Não se esqueçam que ainda há uma aula de dúvidas!
Senão enviem-me um email com as vossas dúvidas, sim?
Beijinhos a todos e obrigada!!!
Boas Festas: agradeço e retribuo!!!!
Obrigada, cumprimentos e beijinhos a todos por este nosso 1º período de aulas!!!
Feliz Natal e Bom Ano Novo
Feliz Natal
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Livros que eu aconselho
Já disse o que aqui vou dizer em todas as turmas mas gostaria de deixar aqui escrito, mais uma vez, o nome de dois livros que eu aconselho para as nossas aulas, tanto nível 1 como nível 2.
Atenção, não estou a pedir para comprarem, apenas digo que são bons livros e têm a ver com aquilo que estamos e vamos ainda fazer daqui para a frente:
1. Lopes, Isabel Cristina e Pinto, Mário Paulo, "O Guia Prático do OpenOffice.org 2", Editora Centro Atlântico, 1ª Edição, Outubro de 2006, Colecção Tecnologias, pp.318;
2. "Word 2007, Guias Práticos Informática", Porto Editora, Setembro 2007, pp.79.
Cuidado à mesa durante a quadra natalícia!!!!
Existem contudo estratégias que permitem gozar todos os prazeres gastronómicos, sem alterar um centímetro a silhueta. A primeira é provar um pouco de tudo, em pequenas porções. O paladar fica satisfeito e é assegurado algum equilíbrio entre os alimentos, os mais e os menos calóricos.
Se tiver controlo sobre a preparação das refeições, poderá ainda reduzir a percentagem de açúcar e gordura usados durante a confecção.
As “gorduras” e os “açúcares” não são, além disso, todos iguais. Possuem diferentes qualidades e funções, e têm, por este motivo, diferentes consequências na saúde. Analisemos ao pormenor alguns dos principais alimentos disponíveis na quadra natalícia.
Os três reis: bacalhau, azeite e couve
O bacalhau, talvez o alimento mais consumido nesta altura, é, sem dúvida, uma boa escolha para a noite de Consoada. Quer pelo seu elevado teor de proteína, mas também pelo baixo índice de gordura; menos de um por cento. Temperado com uma boa “noz de azeite”, o bacalhau constitui uma refeição relativamente light.
O azeite é definitivamente o maior fornecedor alimentar de ácidos gordos mono-insaturados, devendo por isso ser preferido em relação às outras gorduras, tanto para cozinhar como para temperar. A forma vantajosa como contribui para a protecção do aparelho cardiovascular, da pele, e prevenção da obstipação, há muito que foi reconhecida.
No entanto, “uma noz” não significa inundar o bacalhau de azeite. É preciso não esquecer que os lípidos fornecem uma elevada quantidade calórica – 9 kcal/grama.
Se a consoada for tradicional, e o bacalhau for acompanhado com batata e couve portuguesa, então temos a dieta mediterrânica no seu melhor. As couves em geral, nomeadamente as de cor verde escura, são alimentos ricos em fibras e vitaminas. Contribuem para uma sensação de saciedade e são praticamente desprovidas de calorias. Se optar pelo peru no forno, então saiba que esta é uma carne magra, com apenas cerca de cinco por cento de gordura. Em vez de o rechear de carnes vermelhas e margarina, manteiga, banha ou toucinho (ricos em ácidos gordos saturados), associados ao aumento de peso e do “mau colesterol” (LDL), preferira-o simples. Ou, então, invente um recheio que inclua, por exemplo, frutos secos.
Sobre a mesa: frutos e doces!
Terá muito tempo para experimentar os tradicionais doces de Natal, fora das refeições. Terminar a ceia com uma peça de fruta da época, ou mesmo uma salada que inclua muitas outras, como manga, uvas ou passas, certamente atrasará a avidez pelos doces. Se quiser adoçar a salada de fruta, sem usar o tradicional açúcar refinado, poderá adicionar geleia de milho, mel ou adoçantes naturais como a frutose. Ou, ainda, frutos secos, típicos e abundantes na mesa natalícia.
As amêndoas, avelãs, figos, passas, pinhões e nozes são ricos em ácidos gordos mono-insaturados e poli-insaturados e estão associados à manutenção da integridade celular e ao efeito protector de doenças cardiovasculares, porque actuam na redução do mau colesterol sanguíneo. Além disso, são ricos em vitaminas e minerais.
Mas cuidado. Tal como o azeite e os óleos vegetais, benéficos e necessários ao bom funcionamento do organismo, mais de metade da sua composição é gordura (possuem em média 600 kcal/100 g). Se quiser manter o peso, convém não ingerir mais de um punhado destes frutos, por cada dia de festa.
Na confecção de bolos e doces típicos da quadra festiva também é possível cortar nas calorias. No caso dos que incluem lacticínios, pode optar por leite, natas e iogurtes magros, ou meio-gordos. E por farinhas integrais.
Boas entradas, vinhos e digestivos
Prefira o vinho tinto ao branco, pelo seu valor nutritivo e propriedades antioxidantes, mas não beba mais de dois copos. As bebidas licorosas, ou outras, como whisky, vodka, gin ou aguardente, para além de mais alcoólicas que os vinhos, são também muito mais calóricas.
A maior parte dos médicos admite algumas transgressões neste período de festividades, embora recomendem uma maior moderação no caso dos diabéticos, arterioscleróticos, cardíacos e outros doentes cró- nicos, que possam agravar as suas patologias pela excessiva ingestão de álcool, açúcar e gorduras.
É conhecida a posição da endocrinologista Isabel do Carmo, segundo a qual “são permitidos quatro dias de transgressão: a véspera e o dia de Natal, bem como o último e o primeiro dia do ano, desde que se tenha cuidado com a alimentação durante o resto do ano”. E a do nutricionista Fernando Póvoas, ao salientar que “Natal é Natal, os dias a seguir já não são”.
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Boas gorduras! E boas frituras!
• Tempero a frio – É a melhor forma de usar o azeite e os óleos vegetais, porque as gorduras não sofrem qualquer degradação resultante do seu aquecimento.
• Gorduras mono-insaturadas – São as mais resistentes à fritura e as que menos se degradam a 180 ºC. É o caso do azeite e dos óleos de cártamo (ou açafroa), de colza (ou canola) e do óleo de amendoim.
• Aquecimento exagerado do azeite e dos óleos – Promove a formação de compostos tóxicos, alguns de características carcinogénicas.
Antes de fritar
• Os alimentos devem ser bem secos. E só devem ser introduzidos no óleo quando este estiver bem quente, a cerca de 180 ºC. Esta temperatura assegurará a formação de uma capa em seu redor que impede a migração dos nutrientes para o recipiente
• A maior parte dos congelados arrefece o óleo. Se este não estiver devidamente aquecido, os alimentos também absorverão demasiada gordura
• A gordura retida nos alimentos fritos aumenta de acordo com a área de contacto com o óleo. Por exemplo: 100 gramas de batata cozida fornecem 85 Kcal. A mesma quantidade frita, em palitos, chega às 330 Kcal. E a batata palha, às 550 Kcal: quase metade da necessidade calórica diária de uma mulher média
Depois da fritura
• O óleo deve ser filtrado e guardado num local escuro
• Os alimentos devem ser deixados a repousar num papel absorvente para eliminar o excesso de gordura
• Não é aconselhável utilizar o óleo ou o azeite mais de três ou quatro vezes
• Caso sejam perceptíveis quaisquer alterações na cor (escurecido), no cheiro, no sabor, ou se libertar fumo ou formar espuma, durante ou depois da fritura, devem ser imediatamente substituídos.
in http://www.maxima.xl.pt
imagens retiradas da internet
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domingo, 14 de dezembro de 2008
NATAL DOS PEQUENINOS
QUE ELES APRENDAM O VERDADEIRO
SIGNIFICADO DO NATAL,
Declaração Universal dos Direitos do Homem
Desculpem as mensagens estarem em inglês.
sábado, 13 de dezembro de 2008
Money, money, money.....
Cena do maravilhoso filme "Cabaret", aqui a famosíssima canção "Money" pela grande Lisa Minnelli e Joel Gray.
Não gastem muito dinheiro em coisas desnecessárias nesta época.... ;-)))))
Paulo Gonzo - Sei-te de Cor
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Feliz Natal e boa Música!! ;-))
Aqui vão umas alusivas ao Natal que eu acho muito engraçadas!!!
Gostava de as partilhar com todos vós!
Um feliz Natal e umas Boas Festas para todos!!
"Let it Snow!", Dean Martin
"Blue Christmas", Elvis Presley
"The Christmas Song", Nat King Cole
Ella Fitzgerald - The Christmas Song
Mais Ella Fitzgerald... ;-)
"A Merry Little Christmas", Frank Sinatra
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Mr. Bojangles: o génio do sapateado e Shirley Temple, em 1935 em "The Little Colonel"
No filme "The Little Colonel" (1935)
Mr. Bojangles foi um génio do sapateado, tendo chegado a actuar na Casa Branca para vir a morrer na miséria em Nova York. No seu funeral, foi acompanhado milhares de pessoas e George Gerswin foi uma das pessoas que carregou com o seu caixão.
PARABENS MANOEL DE OLIVEIRA!
Manoel de Oliveira | |
Nascimento | 11 de Dezembro de 1908 (100 anos) Porto, Portugal |
---|---|
Nacionalidade | Portuguesa |
Ocupação | cineasta |
Se eu fosse pequenino
É Natal todos os dias
Não há dias de Natal
Para os filhos do desdém.
Que os mais pequenos tenham
A quem chamar pai e mãe
E que na rua não andem
Pedindo esmola a ninguém.
Menino Jesus eu tenho
O aconchego do lar
Vou lá por o sapatinho
Para ver o que me vais dar.
Mas olha: não quero nada
Depois de muito pensar,
Ó meu Menino Jesus
Não me venhas trazer nada
Dá aqueles que nada têm
Que eu não fico zangado.
Estou pensando nos meninos
Que nunca tiveram Natal,
Pensa neles, meu Jesus
Não lhes deixes fazer mal.
Para que tenham aconchego
E roupa para vestir,
Para que não tenham frio
E também possam sorrir.
Se assim for, meu Menino
eu já não fico magoado
E para o natal que vem
Não te vou pedir nada.
A POESIA DE EUGÉNIO DE ANDRADE
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Para os que ficam a ver....Oiçam!!!!
Carlos Gardel - Volver - 1935
Ou se são daqueles que preferem ficar a ver os outros a dançar, oiçam isto!!!!!
Como se dança o Tango Argentino
Vá lá, ensaiem agora para dançar nas Festas que se aproximam.... ;-)))
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
MAIS JULIO POMAR
Ainda bem que gostou Maria Teresa.Eu,infelizmente não tive a sorte de conhecer pessoalmente Julio Pomar,mas adoro a sua obra.Esta série sobre os tigres é magnífica!
Quem se lembra?...
Quem se lembra?
Simone de Olveira a cantar "Desfolhada", da autoria de José Carlos Ary dos Santos e Nuno Nazareth Fernandes e representa Portugal no Festival da Eurovisão 1969.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM . DIREITO À EDUCAÇÃO
1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Ricardo Azevedom - "Entre o Sol e a Lua"
domingo, 7 de dezembro de 2008
Convenção sobre os Direitos da Criança
A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Convenção sobre os Direitos da Criança – Carta Magna para as crianças de todo o mundo – em 20 de Novembro de 1989, e, no ano seguinte, o documento foi oficializado como lei internacional.
A Convenção sobre os Direitos da Criança é o instrumento de direitos humanos mais aceites na história universal. Foi ratificado por 192 países. Somente dois países não ratificaram a Convenção: os Estados Unidos e a Somália - que sinalizaram sua intenção de ratificar a Convenção ao assinar formalmente o documento.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Declaração Universal dos Direitos do Homem
Adoptada e proclamada pela Assembleia Geral na sua Resolução 217A (III) de 10 de Dezembro de 1948
(Publicada no Diário da República, I Série A, n.º 57/78, de 9 de Março de 1978, mediante aviso do Ministério dos Negócios Estrangeiros)
Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição.
Cumprimentos e Boas Festas
Foto do meu neto João Pereira
Esta foto foi tirada no Casino Estoril no passado mês de Novembro.
SEGURA NA QUADRA DE NATAL
Os rapazes solteiros que nesse ano foram às sortes (inspecção militar), encarregam-se do corte e transporte para o largo da Igreja. Reúnem-se todos no dia 8 de Dezembro, véspera da Imaculada Conceição, para distribuírem, entre si, as várias tarefas: um grupo é incumbido de pedir a árvore que vai ser cortada, outro vai pedir motosserras, machados e serrotes, outro vai pedir os tractores e atrelados onde o madeiro e restante lenha vai ser transportada.
O corte, carrego e transporte é feito durante a noite, para que, ao amanhecer, cheguem à entrada da povoação e estacionem junto ao poço do Arrabalde .
Até ao dia 24, o rapazio encarrega-se de cobrir o madeiro com a rama de oliveira que vai buscar aos chãos, resultante da poda das árvores que se faz nessa época.
Chegado a noite de 24, deitam fogo ao madeiro, tornando-se curioso o espectáculo em volta da enorme fogueira. Toda a noite o madeiro tem sempre companhia.
Os animais são uma maravilha!!!! (enviado pela Teresa Nazaré Oliveira)
Este filme foi-me enviado pela vossa colega Teresa Nazaré Oliveira e eu decidi colocá-lo aqui. Obrigada Teresa!
Como é difícil arranjar um emprego!.............
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
José Saramago disse...
- José Saramago em entrevista com Mário Crespo, no Jornal da Noite da SIC Notícias de hoje.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
QUEM POLUIU, QUEM RASGOU OS MEUS LENÇÓIS DE LINHO
Onde esperei morrer, - meus tão castos lençóis?
Do meu jardim exíguo os altos girassóis
Quem foi que os arrancou e lançou no caminho?
Quem quebrou (que furor cruel e semiesco!)
A mesa de eu cear, - tábua tosca, de pinho?
E me espalhou a lenha? E me entornou o vinho?
-Da minha vinha o vinho acidulado e fresco...
Ó minha pobre mãe!... Não te ergas mais da cova.
Olha a noite, olha o vento. Em ruína a casa nova...
Dos meus ossos o lume a extinguir-se breve.
Não venhas mais ao lar. Não vagabundes mais,
Alma da minha mãe...Não andes mais à neva,
De noite às portas dos casais
Camilo Pessanha - Coimbra, 1867-1926
Retirado do livro de Mário Soares (Os poemas da minha vida)
PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES ADAPTADO AO ALUNO
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Guia Prático da Ciência Moderna
1. Se mexer, pertence à BIOLOGIA;
2. Se cheirar mal, pertence à QUÍMICA;
3. Se não funcionar, pertence à FÍSICA;
4. Se ninguém entende, pertence à MATEMÁTICA;
5. Se não faz sentido, pertence à ECONOMIA ou à PSICOLOGIA;
6. Se mexer, cheirar mal, não funcionar, ninguém entender, não fizer sentido é INFORMÁTICA.
Lei da Procura Indirecta:
1. O modo mais rápido de se encontrar uma coisa é procurar outra;
2. Encontramos sempre o que não estamos a procurar.
Lei do Telefone
1. Quanto te ligam: - se tens caneta, não tens papel; - se tens papel, não tens caneta; - se tens papel e caneta ninguém te liga;
2. Quando ligas para um número errado, esse número nunca está ocupado.
Parágrafo único:
Todo o corpo mergulhado numa banheira ou que se encontre debaixo de um chuveiro faz tocar o telefone.
Lei das Unidades de Medida:
Se estiver escrito 'Tamanho Único' é porque não serve a ninguém, muito menos a ti.
Lei da Gravidade:
Se conseguires manter a frieza quando todos à tua volta estão a perder a cabeça, provavelmente é porque não estás a perceber a gravidade da situação.
Lei dos Cursos, Provas e Afins:
80% da prova final será baseada na única aula a que não foste e no único livro que não leste.
Lei da Queda Livre:
1. Qualquer esforço para se agarrar um objecto em queda provoca mais destruição do que se o deixássemos cair naturalmente;
2. A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor da carpete.
Lei das Filas e dos Engarrafamentos:
A fila do lado anda sempre mais rápido.
Parágrafo único:
Não adianta mudar de fila. A outra é sempre mais rápida.
Lei da Relatividade Documentada:
Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual de instruções.
Lei da Vida:
1. Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada;
2. Tudo o que é bom na vida é ilegal, imoral ou engorda.
Lei da Atracção de Partículas:
Toda a partícula que voa encontra sempre um olho aberto.
Chet Baker
O génio Chet Baker.
Teve uma vida e uma morte, ambas complicadas.
Oiçam bem! Porque de música BOA vive o homem.
Massacres voltam a Darfur
Agir agora - como ajudar a população do Darfur
1- Reconstruir a Esperança
A população de Darfur precisa de ajuda urgente. É tempo de evitar mais perdas humanas devido à fome e às doenças causadas pela pobreza extrema e abandono que enfrentam muitos deslocados.
A UNICEF lançou um apelo e afirma que o enorme desafio de garantir a assistência necessária a mais de 3 milhões de deslocados, na sua maioria crianças, não pode ser ultrapassado só com as ajudas dos governos.
Há portugueses a trabalhar no terreno que arriscam a sua vida por solidariedade com os mais pobres e contam também com a sua solidariedade. A Campanha porDarfur quer apoiar, com a sua ajuda, os seguintes projectos concretos:
» Projectos humanitários apoiados:
Uma escola para Nyala | |
Manter as Escolas Abertas |
in http://www.pordarfur.org
através da Aministia Internacional Portugal
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Luciano Pavarotti e Bono
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Emergência na República Democrática do Congo: Médicos Sem Fronteiras leva ajuda às vítimas do conflito
Emergência na República Democrática do Congo: Médicos Sem Fronteiras leva ajuda às vítimas do conflito
MSF é uma das poucas organizações de ajuda humanitária presentes nas áreas mais violentas do leste da RDC. Por isso, a ajuda de pessoas como você é mais necessária do que nunca.
Com o intuito de chamar a atenção da opinião pública para a situação dos Kivus, MSF lançou o site Condition: Critical, construído com base nos relatos de congoleses vítimas da violência. O drama pessoal de Charles*, um dos muitos moradores da região que carregam feridas de guerra, está entre as histórias publicadas. "Eles chegaram durante a noite. Nós estávamos dormindo. Eles entraram em nossa casa e nos amarraram. Eles queriam nos matar na casa da minha mãe. Eu tentei fugir, mas como estava amarrado, caí de barriga no chão. Um deles apontou sua arma para meu coração. Para me matar", conta Charles. Por sorte, a bala atravessou seu peito sem atingir seu coração. Ele foi admitido em estado grave no hospital de Mweso, em Kivu Norte. Charles foi operado pela equipe cirúrgica de MSF no dia 17 de novembro, e agora passa bem. Médicos Sem Fronteiras desenvolve projetos nos Kivus desde 1992. Equipes médicas realizam cirurgias emergenciais, tratando feridas de bala e queimaduras; coordenam clínicas móveis para alcançar aqueles que fugiram para regiões mais isoladas; oferecem cuidados médicos a vítimas de violência sexual; e apoio psicológico para aqueles traumatizados pelas experiências que viveram. * O nome foi alterado
Ultrapassámos as 2000 visitas em 2 meses!!!
Temos de festejar!!!
Canção de Lisboa - Vasco Santana e Beatriz Costa
domingo, 30 de novembro de 2008
A mula da cooperativa por Max (Maximiliano de Sousa)
HERMÍNIA SILVA, "Vamos dar de beber à alegria" ou " A Casa da Mariquinhas"
Alfredo Marceneiro - A Casa da Mariquinhas
"Destino Marcado" por Fernando Farinha
Mouraria, Sé de Lisboa, à volta do Castelo de São Jorge (Lisboa)
Um breve passeio por alguma Lisboa antiga: Mouraria, Castelo, Alfama, Miradouro de Santa Luzia, Sé ....... que saudades ;-))
Amália Rodrigues - Trova do vento que passa
Amália Rodrigues canta aqui "Trova do Vento que passa", canção que é um exemplo de uma época muito difícil da História muito recente de Portugal.
sábado, 29 de novembro de 2008
Pois bem, penso que para começar esteve bem! Aproveito para daqui enviar um beijinho de AVÔ ás criancinhas que fizeram parte dos jograis Frei Cristóvão, que tão bem estiveram, acompanhadas pela sua professora Isabel Sá Lopes que encantou com os seus poemas.
Para terminar aqui deixo um lindo poema de um grande amigo que já partiu!!!
Mãos abertas
Mãos abertas, mãos de dar
As minhas mãos são assim;
Viste-as abertas chegar
E abertas hão-de ficar
Quando tu morreres em mim.
Ao partir não levarei
Nada mais do que ao chegar.
Minhas mãos, quando as mostrei,
vinham abertas e sei
Que abertas hão-de ficar.
Nunca as juntei p´ra rezar,
nem nunca as ergui aos céus;
Minhas mãos são mãos de dar
Não sabem crer nem esperar
Nem sequer dizer adeus.
Ao partir não sentirei
Nada teu partindo em mim;
De mãos abertas irei
Passado nunca o terei
As minhas mãos são assim.
Luis Pelotte
Ai os homens!
António Lobo Antunes
Pachos na testa,terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças,
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo.
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisanas e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes,Lurdes que vou morrer.
Dedico este poema aos nossos colegas ( homens), espero que
não levem a mal.
Dedico-o também à paciência das mulheres.
Vossa colega Solange
Palácio Ducal de Vila Viçosa
Lendas de Paixão ---imperdível...para quem gosta da " sétima arte"
ano: 1994
país: EUA
género: Drama, Romance
realização
Edward Zwick
intérpretes
Brad Pitt, Anthony Hopkins, Aidan Quinn, Henry Thomas, Julia Ormond
"Legends Of The Fall" (1994 - 128m)
SINOPSE
Vencedor do Óscar da Academia para Melhor Fotografia. Baseado na novela de Jim Harrison, este épico romântico arrebatador, conta-nos a história dos irmãos Ludlow - dois homens (Brad Pitt, Aidan Quinn) apaixonados pela mesma mulher (Julia Ormond). Anthony Hopkins é também protagonista e Edward Zwick (Estado de Sítio) é o realizador. O argumento é de Susan Shilliday e Bill Wittliff.
Esta é uma apaixonada viagem aos segredos mais negros do amor, traição, e os inquebráveis laços de sangue. Lendas de Paixão é uma história poderosa sobre dois irmãos a lutar entre ficarem juntos e com a mulher que apareceu entre eles.
Pensamento de La Rochefoucauld
La Rochefoucauld
Encerramento do Núcleo provisório do Museu José Malhoa
O Núcleo provisório do Museu José Malhoa, no primeiro piso do Museu do Ciclismo, nas Caldas da Rainha, encerrará a partir do dia 2 de Dezembro de 2008.
Desde Junho de 2006, durante o tempo em que o edifício do Museu se encontrou encerrado para obras de remodelação, este espaço disponibilizado pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha albergou um núcleo importante de pinturas de José Malhoa, permitindo a continuidade da ligação entre os visitantes e a obra essencial do seu patrono e a realização das suas actividades educativas e culturais.
Concluídas as obras, que dotaram o Museu de melhores condições de recepção ao público e de funcionamento, torna-se necessário proceder à transferência da colecção e à montagem da exposição permanente, prevendo-se a sua reabertura ainda no mês de Dezembro.
Durante este período, a Biblioteca de Arte do Museu permanece à leitura pública nas instalações provisórias da Biblioteca Municipal, na Rua Vitorino Fróis, nas Caldas da Rainha.
Museu José Malhoa
Parque D. Carlos I
2500-109 Caldas da Rainha
http://mjm.imc-ip.pt
LENDA DE UMA ALDEIA
«Já lá vão muitos anos...
Sabe-se lá...talvez séculos!...
Pelas ruas de SEGURA, a desoras nas intermináveis noites de Inverno,surgia estranho ser, em desordenado tropel ,que a todos amedrontava, a sua aproximação mesmo aos mais animosos fazia levantar os cabelos.
Sol-posto já ninguém saía rua, e o alegre Povo sofria e passava um verdadeiro castigo.
Um dia um valente mocetão destemido, tomou a resolução de averiguar a causa de tão extraordinário fenómeno, colocou-se entre o postigo e a porta de casa de seus pais. Chovia a potes, o vento era medonho com os seus estridentes assobios,parecia impelido pelo demo. E o mocetão, valente, firme em seu posto, esperou o bastante que quase enregelava.
O tropel não se fez esperar e uma sombra negra surgiu,as pedras da calçada chispavam lume,a sombra horrenda resvalava pelas valetas, escouceava para um e outro lado, fazendo que as próprias ombreiras dos portados deitassem lume, o rapaz agora, agora um tanto assustado, colou-se bem á porta parecendo petrificado!...
O estranho fenómeno avançava cada vez mais em correria vertiginosa, o rapaz embora como se disse, um tanto amedrontado, pôde verificar que se tratava de um monstro horrendo metade cavalo metade homem, ferrado de pés e mãos, estava quase a arrepender-se da sua temeridade, mas o monstro seguindo o seu caminho desapareceu.
depois de se interrogar a si próprio, várias vezes o que fazer, procurou um dos homens mais idosos da aldeia e expôs-lhe o que vira!...
O velho respondeu-lhe: O que tu viste meu amigo, é um encanto que só se desfará se alguem tiver coragem de, escondido atrás de uma das cruzes das ruas da nossa aldeia e munido de uma vara com aguilhão, picar o monstro por forma que o faça lançar de si muito sangue. Pois deixe o caso comigo ,se aí está o remédio, picá-lo-ei eu mesmo respondeu o rapaz, Pois então toma cuidado, que, se o não o picares bem, grande perigo corres!...
O rapaz, forte e valente como se disse, disposto a dar mais uma prova do seu valor e livrar a povoação de tão grande desassossego, logo que anoiteceu, recolhidos todos e fechadas todas as portas, foi colocar-se, por entre vendaval formidável, atrás de uma cruz tendo bem apertada na mão direita, forte vara de grande aguilhão.Começou a ouvir-se o tropel, pondo-se em breve á vista a infernal criatura, o rapaz tremia, perdera quase a noção de si mesmo, fugir?
Bem se lembrava ele do concelho do velho: Toma cuidado, que se o não picares bem, grande perigo corres!...
Recobrou ânimo, estava ali para vencer ou morrer, já agora levaria ao fim a sua tarefa, esperou, o monstro avançava a todo o galope, na passagem, o heróico mocetão cravou-lhe bem a grande aguilhada, o monstro como por encanto, desapareceu. O valente moço respirou, mas tremia ainda, o seu coração batia desordenadamente, foi-se deitar,mas não podia conciliar o sono.
Que iria acontecer?
Passaram algumas noites e o tropel não mais se ouviu, que estranho facto se terá passado? Inquiriu a povoação.
O rapaz passados alguns dias contara o seu feito, muito em segredo,só aos seus íntimos. Passaram dias e noites e a povoação, de segredo em segredo, veio a saber o que se passara, perguntavam uns aos outros ,mas que figura seria essa disforme? Seria um lobisomem? E quem seria o infeliz? Passaram mais alguns dias, até que um dos mais considerados moradores de SEGURA, que havia desaparecido do convívio da povoação, apareceu sem um dos olhos. Se ele era são e escorreito,se não constara na povoação qualquer desastre, como e onde teria ele perdido a vista? Perguntavam todos os moradores de SEGURA. Fora evidentemente, o rapaz da aguilhada...E o povo passou. desde logo, a afirmar como verdade incontestável que, o monstro semi -homem semi-cavalo que tanto o incomodara, era por artes do demo ou mercê de encanto, o bom homem que aparecera, sem se saber como,sem um dos olhos.»
Great Chinese State Circus - Swan Lake (Lago dos Cisnes)
Absolutamente incrível esta coreografia!!! Vejam, por favor.
Primeiro uma coreografia de umas "rãs" fabulosa, depois, VEJAM a primeira bailarina na segunda parte da coreografia. Vão ficar sem palavras...
Ah! Esqueci-me na altura de dizer, digo agora, este video foi-me enviado pelo vosso colega Fernando Santa-Bárbara da Turma N1. Muito obrigada!!
Um conto de Natal de Miguel Torga
E ali vinha de mais uma dessas romarias, bem escusadas se o mundo fosse de outra maneira. Muito embora trouxesse dez reis no bolso e o bornal cheio, o certo é que já lhe custava arrastar as pernas. Derreadinho! Podia, realmente, ter ficado em Loivos. Dormia, e no dia seguinte, de manhãzinha, punha-se a caminho. Mas quê! Metera-se-lhe na cabeça consoar à manjedoira nativa... E a verdade é que nem casa nem família o esperavam. Todo o calor possível seria o do forno do povo, permanentemente escancarado à pobreza. Em todo o caso sempre era passar a noite santa debaixo de telhas conhecidas, na modorra de um borralho de estevas e giestas familiares, a respirar o perfume a pão fresco da última cozedura... Essa regalia ao menos dava-a Lourosa aos desamparados. Encher-lhes a barriga, não. Agora albergar o corpo e matar o sono naquele santuário colectivo da fome, podiam. O problema estava em chegar lá. O raio da serra nunca mais acabava, e sentia-se cansado. Setenta e cinco anos, parecendo que não, é um grande carrego. Ainda por cima atrasara-se na jornada em Feitais. Dera uma volta ao lugarejo, as bichas pegaram, a coisa começou a render, e esqueceu-se das horas. Quando foi a dar conta passava das quatro. E, como anoitecia cedo não havia outro remédio senão ir agora a mata-cavalos, a correr contra o tempo e contra a idade, com o coração a refilar. Aflito, batia-lhe na taipa do peito, a pedir misericórdia. Tivesse paciência. O remédio era andar para diante. E o pior de tudo é que começava a nevar! Pela amostra, parecia coisa ligeira. Mas vamos ao caso que pegasse a valer? Bem, um pobre já está acostumado a quantas tropelias a sorte quer. Ele então, se fosse a queixar-se! Cada desconsideração do destino! Valia-lhe o bom feitio. Viesse o que viesse, recebia tudo com a mesma cara. Aborrecer-se para quê?! Não lucrava nada! Chamavam-lhe filósofo... Areias, queriam dizer. Importava-se lá. E caía, o algodão em rama! Caía, sim senhor! Bonito! Felizmente que a Senhora dos Prazeres ficava perto. Se a brincadeira continuasse, olha, dormia no cabido! O que é, sendo assim, adeus noite de Natal em Lourosa... Apressou mais o passo, fez ouvidos de mercador à fadiga, e foi rompendo a chuva de pétalas. Rico panorama! Com patorras de elefante e branco como um moleiro, ao cabo de meia hora de caminho chegou ao adro da ermida. À volta não se enxergava um palmo sequer de chão descoberto. Caiados, os penedos lembravam penitentes. Entrou no alpendre, encostou o pau à parede, arreou o alforge, sacudiu-se, e só então reparou que a porta da capela estava apenas encostada. Ou fora esquecimento, ou alguma alma pecadora forçara a fechadura. Vá lá! Do mal, o menos. Em caso de necessidade, podia entrar e abrigar-se dentro. Assunto a resolver na ocasião devida... Para já, a fogueira que ia fazer tinha de ser cá fora. O diabo era arranjar lenha. Saiu, apanhou um braçado de urgueiras, voltou, e tentou acendê-las. Mas estavam verdes e húmidas, e o lume, depois de um clarão animador, apagou-se. Recomeçou três vezes, e três vezes o mesmo insucesso. Mau! Gastar os fósforos todos é que não. Num começo de angústia, porque o ar da montanha tolhia e começava a escurecer, lembrou-se de ir à sacristia ver se encontrava um bocado de papel. Descobriu, realmente, um jornal a forrar um gavetão, e já mais sossegado, e também agradecido ao céu por aquela ajuda, olhou o altar. Quase invisível na penumbra, com o divino filho ao colo, a Mãe de Deus parecia sorrir-lhe. Boas festas! — desejou-lhe então, a sorrir também. Contente daquela palavra que lhe saíra da boca sem saber como, voltou-se e deu com o andor da procissão arrumado a um canto. E teve outra ideia. Era um abuso, evidentemente, mas paciência. Lá morrer de frio, isso vírgula! Ia escavacar o arcanho. Olarila! Na altura da romaria que arranjassem um novo. Daí a pouco, envolvido pela negrura da noite, o coberto, não desfazendo, desafiava qualquer lareira afortunada. A madeira seca do palanquim ardia que regalava; só de cheirar o naco de presunto que recebera em Carvas crescia água na boca; que mais faltava? Enxuto e quente, o Garrinchas dispôs-se então a cear. Tirou a navalha do bolso, cortou um pedaço de broa e uma fatia de febra e sentou-se. Mas antes da primeira bocada a alma deu-lhe um rebate e, por descargo de consciência, ergueu-se e chegou-se à entrada da capela. O clarão do lume batia em cheio na talha dourada e enchia depois a casa toda. É servida? A Santa pareceu sorrir-lhe outra vez, e o menino também. E o Garrinchas, diante daquele acolhimento cada vez mais cordial, não esteve com meias medidas: entrou, dirigiu-se ao altar, pegou na imagem e trouxe-a para junto da fogueira. — Consoamos aqui os três — disse, com a pureza e a ironia de um patriarca. — A Senhora faz de quem é; o pequeno a mesma coisa; e eu, embora indigno, faço de S. José. Miguel Torga |